Veiros
Locais de Culto
Igreja de São Bartolomeu
A igreja de São Bartolomeu de Veiros foi edificada "nos anos que decorreram entre 1608 e 1612, reinando D. Filipe III de Castela, II de Portugal, e sendo bispo do Porto D. Frei Gonçalo de Morais, antecessor do célebre D. Rodrigo da Cunha. Celebrou-se aqui a primeira missa no dia 13 de Dezembro do dito ano de 1612, tendo sido benzida no dia antecedente por um reitor de Santa Maria de Arouca. Importou toda esta obra em 300.000 reis".
Até então existia, no local da capela-mor desta igreja, uma antiquíssima ermida dedicada a São Bartolomeu e Santa Bárbara. Tinha Sacramento para as necessidades desta população, que era, então, relativamente importante, mas todos os actos paroquiais eram exercidos pelo pároco na freguesia de Beduído.
Do contrato de construção pode-se ler "que seria a dita igreja do vão, no tamanho da de Santa Maria de Válega, do bispado do Porto, assim do comprimento como da largura e da altura, e com todas as mais obras que a dita igreja tem, sem lhe faltar coisa alguma, com a sua pia de baptizar conforme a dita igreja de santa Maria …".
Cronologicamente, e de uma forma resumida, aqui fica os momentos mais importantes na construção da Igreja Matriz de S. Bartolomeu:
· 1603 decorrem os trabalhos preparatórios, que se prolongam até 1604.
· A 31 de Maio de 1604 foi assinado com o pedreiro António Gomes de Arrifana o contrato de construção.
· De 24 de Junho de 1605 a 24 de Junho de 1606 decorreu o prazo em que deveria ser cumprido o contrato.
· De 1608 a 1612 realizaram-se os trabalhos de construção.
· A 4 de Dezembro de 1612 foi celebrado com o vigário de Beduído o acordo sobre as relações que ficariam a subsistir entre a antiga e a nova paróquia.
· A 12 de Dezembro de 1612 foi a igreja benzida por um reitor de Santa Maria de Arouca.
· A 13 de Dezembro de 1612 foi rezada a primeira missa e teve principio a vida paroquial autónoma.
· Em 1836 deu-se finalmente a independência total em relação à paróquia de São Tiago de Beduído.
Na noite de 25 para 26 de Novembro de 1855 foi a igreja de Veiros "presa de um pavoroso incêndio. Manifestou-se o fogo pela uma hora da noite, junto da porta principal, pelo lado do norte. Era tal a sua Veemência que, em poucos minutos, derrubou todo o tecto. Arderam quase simultaneamente todas as imagens, altares, tribuna, sacrário com as sagradas fórmulas, não se podendo salvar objecto algum dos que ali se achavam. Escaparam apenas a sacristia e a casa chamada dos mordomos. Também se salvou a torre dos sinos com o seu excelente relógio que em 1849 ali fora colocado e custado 140.000 reis".
Iniciada a reconstrução foi acrescentada a capela-mor a igreja inicial, tendo sido o trabalho concluído em 29 de Julho de 1857. Para tal contribui o grande benemérito Dr. João Carlos Assis Pereira de Melo, juiz da confraria do Santíssimo á data do incêndio. Importou esta obra de reconstrução em "três contos e tantos mil reis".
Em 26 de Agosto de 1860 celebrou-se a primeira missa, transladando-se da capela do Senhor da Ribeira, que serviu de matriz por estes cinco anos, o SS. Sacramento. Houve "Te-Deum" (fogo de artifício) e uma tão grande solenidade religiosa como não há memória por estes sítios, como relata o padre António José Marques, contemporâneo de todos estes acontecimentos.