Freguesia de Beduído e Veiros

Acta

Acta da reunião ordinária da Junta da Freguesia de Veiros, Concelho de Estarreja, celebrada no dia trez do mês de Julho do corrente ano, pelas onze horas na sala das sessões da mesma Junta. Aos trez dias do mês de Julho do ano de mil novecentos e sessenta e seis, sob a Presidência do Excelentíssimo Senhor João Carlos de Assis Pereira de Mello, assistiram os vogais José da Conceição e Sousa e José Maria Pereira, servindo este de Secretário. --Declarada aberta a presente reunião foi lida, aprovada e assinada a acta da reunião antecedente celebrada no dia cinco do mês de Junho. Foram tomadas as seguintes deliberações: Primeira – autorizar o pagamento da importância de oitocentos e setenta e seis escudos – 876$00 correspondente aos vencimentos do segundo trimestre do corrente ano, do zelador do cemitério Paroquial e coveiro. Segunda – tendo o referido empregado solicitado aumento de vencimento por várias vezes, mas sendo impossível, no corrente ano dar-lhe qualquer aumento de vencimento visto não comportar a verba destinada para esse fim no respectivo orçamento; e atendendo ainda ao estado de abandono que se vê no cemitério, deliberou este Corpo Administrativo aguardar que aquele empregado cumpra melhor com os deveres do seu cargo, para no próximo ano solucionar a pretensão do mesmo. Será conveniente que aquele zelador veja melhor os vencimentos que aufere, durante dois dias de guarda ao cemitério que é ao domingo sem contudo ele se encontrar no local. --Foram presentes e lidos os seguintes ofícios: um sob o numero mil duzentos e noventa e seis do Presidente da Câmara Municipal deste concelho, rogando ao Presidente deste Corpo Administrativo, para comparecer no dia dezassete do corrente na Câmara Municipal para uma recepção ao Exmo. Governador Civil deste distrito que tenciona comparecer pelas dez horas da manhã a uma sessão solene a realizar no salão nobre dos Paços do Concelho, e posteriormente inaugurar vários melhoramentos nas varias freguesias. Tomado conhecimento respondendo ser impossível ao Presidente deste Corpo Administrativo assistir ás cerimónias a realizar, por várias razões, dentre elas a falta de saúde e o meio de condução por não haver nesta Junta de Freguesia verba dispensada para esses fins e também não existir nesta freguesia melhoramentos alguns a inaugurar, como é do conhecimento do Exmo. Presidente da Câmara. Foi também presente e lido um oficio do Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Estarreja, comunicando haver sido indeferido um atestado desta Junta de Freguesia comprovativo de pobreza de Henrique Fernandes da Fonseca e da esposa do mesmo Benilde Pereira da Fonseca em que se dizia ser justo o internamento dos mesmos no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Estarreja. Tomado conhecimento tendo-se respondido ser injusto este indeferimento atendendo a que os mencionados doentes são extremamente pobres e doentes não lhes devendo ter sido negado o respectivo tratamento, atendendo ao fim que deve presidir aquela misericórdia. Outro do mesmo Presidente da Câmara convidando o Presidente e os vogais desta Junta de Freguesia para comparecerem no dia dezassete do corrente a uma recepção ao Senhor Governador Civil do distrito que virá presidir à inauguração de vários melhoramentos devendo realizar uma sessão solene no salão nobre dos Paços do Concelho seguida da inauguração do Posto de transformação de energia eléctrica na vila, missa campal no local destinado à construção da sede destinada à Corporação dos Bombeiros com cerimónia de lançamento e bênção da primeira pedra para o mesmo quartel sendo celebrante sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo de Aveiro, inauguração de um novo edifício escolar na vila, almoço ás entidades oficiais e ainda inaugurações nas freguesias de Avança e Pardilhó. Tomado conhecimento, foi respondido que o Presidente deste Corpo Administrativo, bem como os vogais do mesmo, senhores José Conceição e Sousa e José Maria Pereira, por motivos de especiais e ainda por falta de saúde e bem assim falta de verba no orçamento deste Corpo Administrativo, lhes é impossível comparecer para o fim indicado pelo senhor Presidente da Câmara e ainda por que do respectivo convite não consta qualquer melhoramento a realizar nesta freguesia, digna de melhor sorte, visto que nem estradas nem água potável existem. --Foram presentes e lidos os seguintes requerimentos: um de Benilde Pereira, viúva, doméstica, do lugar da Igreja, desta freguesia, pedindo sejam concedidos dois metros e meio quadrados de terreno no cemitério destinados a uma sepultura reservada e perpétua para o marido da mesma no local contíguo ao de João Agostinho Valente. Outro de Alfredo Gonçalves, do Madeiro de Veiros, pedindo a concessão de cinco metros quadrados de terreno no cemitério desta freguesia, para uma sepultura reservada e perpétua no terreno pegado ao requerido por Benilde Pereira. Outro de João Agostinho Valente, pedindo igualmente a concessão de cinco metros quadrados no cemitério, contíguos ao terreno já requerido por José Carlos Valente. Outro de Alfredo da Silva, da Mamoa, desta freguesia, declarando que ter já em seu nome, no cemitério desta freguesia uma sepultura reservada, com dois metros e meio e solicitando que essa sepultura seja transferida para o nome de seu irmão Ilídio da Silva e ainda que lhe seja concedidos cinco metros quadrados para uma sepultura também reservada e perpétua contigua ao terreno requerido por António da Silva Henriques. --Pelo Exmo. Presidente deste Corpo Administrativo foi dito que, conforme consta não só do orçamento do mesmo Corpo Administrativo e ainda de vários documentos comprovativos das atribuições e vencimentos do actual escriturário dos serviços desta Junta, Sr. Alfredo de Oliveira Nunes é demasiado exíguo para o serviço que lhe compete. Mas atendendo a que esses serviços têm-se aumentado consideravelmente o que ao mesmo acarreta trabalhos que lhe ocupam muitos dias da sua laboriosa vida, propunha que a partir do mês de Janeiro próximo, o seu vencimento seja elevado para mil escudos 1.000$00, digo, para mil duzentos e cinquenta escudos anuais, deliberando ainda que lhe seja lançado um voto de louvor pelo excessivo trabalho que as medidas tomadas pelo Estado o que obriga o mesmo funcionário a esclarecer serviços que não competem a qualquer dos vogais deste Corpo Administrativo e que só por aquele que conhece os habitantes desta freguesia a prestar esclarecimentos devidos que nos sejam pedidos. Foi ainda declarada nula para os devidos efeitos a deliberação tomada nesta acta sobre o aumento de vencimentos ao zelador do cemitério, até que se reconheça que o referido funcionário merece algum aumento, visto que como no próprio recinto se reconheça o serviço que obrigue este Corpo Administrativo a melhorar-lhe os vencimentos por que há longos tempos vem solicitando. E nada mais havendo a tratar na presente reunião, foi ela encerrada, da qual para constar, se lavrou a presente acta que foi lida, aprovada e assinada na reunião ordinária celebrada no dia quatro de Agosto do corrente ano, depois de lida por mim José Maria Pereira, Secretário que a subscrevi e assino.