Freguesia de Beduído e Veiros

Sessão ordinária de 15 de Fevereiro de 1914 Aos quinze dias do mez de Fevereiro do anno de mil novecentos e quatorze, pelas quinze horas, reuniu na sala das suas sessões a Junta de Parochia d’esta freguesia de Veiros, concelho de Estarreja, achando-se presidente, digo, achando-se presentes Manoel Maria da Conceição, presidente da mesma Junta e os vogaes António Joaquim Marques de Oliveira Pais, António Caetano Valente e Manoel José Marques. Aberta a sessão, e depois de aprovada a acta da sessão anterior, foi dito pelo presidente que, tendo a Câmara Municipal d’este concelho resolvido não aplicar ao Hospital Asilo de São Lourenço de Pardelhas todo o rendimento dos juros d’inscrições com que o dito hospital foi dotado pelo seu fundador, e sendo os pobres da freguesia de Veiros prejudicados com aquella deliberação da Câmara, propunha que a Junta devia protestar contra a dita deliberação. E tendo sido discutido o assumpto foi deliberado redigir um protesto nos seguintes termos: “A Junta de Paroquia de Veiros, concelho de Estarreja, tendo conhecimento de que a Câmara Municipal d’este concelho, em sessão plenária de seis de Fevereiro corrente, tomara uma deliberação em virtude da qual podem ser desviados para outro fim os rendimentos do Hospital – Azilo de S. Lourenço de Pardelhas; considerando que aquela deliberação contraría a vontade expressa do benemérito fundador d’esta casa de beneficência, a qual em escriptura publica de dotação feita ao mesmo hospital restringiu a aplicação dos rendimentos dos bens doados á sustentação do seu hospital asilo para os pobres das trez freguesias da Murtosa, Veiros e Bunheiro; considerando que os pobres da freguesia de Veiros são prejudicados com a referida resolução da Câmara, e considerando finalmente que a Junta tem o indeclinável dever de pugnar pelos direitos do povo e defender d’um modo especial os interesses dos pobres, deliberou protestar energicamente contra a dita deliberação camarária.” Deliberou também que do orçamento ordinário fossem retirados cem escudos da verba de despeza destinada para a continuação da estrada do Canedo, e que o presidente organisasse, com essa quantia e com o excesso do saldo calculado no orçamento ordinário, um orçamento suplementar para acorrer a outras necessidades mais urgentes, principiando pela reparação e empedramento do caminho da Agra. E não havendo mais que tratar foi encerrada a sessão d que se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vae ser assignada pelo presidente e mais vogaes presentes e por mim Manoel Marques Capelleiro e Silva, secretario que a escrevi. O Presidente: Manoel Maria da Conceição Vogaes: António Joaquim Marques de Oliveira Pais “ António Caetano Valente “ Manoel José Marques O secretario: Manoel Marques Capelleiro e Silva