Freguesia de Beduído e Veiros

Sessão ordinária de 1 de Fevereiro de 1914 Ao primeiro dia do mez de Fevereiro do ano de mil novecentos e catorze, pelas quinze horas, reuniu na sala das suas sessões a Junta de Paroquia d’esta freguesia de Veiros, achando-se presentes Manoel Maria da Conceição, presidente da mesma e ao vogaes António Joaquim Marques de Oliveira Pais, António Caetano Valente e Manoel José Marques. Aberta a sessão, disse o presidente que vários moradores do lugar das Ollas o tinham procurado para que ele fosse àquele logar ver um muro que João Augusto Pires anda a construir junto do caminho paroquial, pois o dito muro toma parte do terreno publico e torna o caminho mais estreito com prejuízo do transito; e tendo ele presidente ido verificar se era verdadeira a reclamação do povo, achara fundamento para a queixa e era de opinião que a Junta devia defender os interesses do povo e não deixar o dito proprietário apossar-se do terreno publico com prejuízo do povo da freguesia. A Junta, por unanimidade, deliberou que se oficiasse á excelentíssima Câmara perguntando se ela tinha dado o devido alinhamento, e, no caso afirmativo, pedindo-lhe que mandasse o respectivo empregado verificar se esse alinhamento fôra respeitado pelo referido proprietário João Augusto Pires, visto que não era de presumir que fosse dado um alinhamento n’aquelas condições; e que só depois se resolveria qual o melhor meio de obrigar o proprietário Pires a desviar a construção do muro para terreno seu, deixando livre o terreno ocupado que é do povo. Deliberou também, a requerimento verbal de José Maria Fernandes da Fonseca, casado, serralheiro, do logar dos Telhões d’esta freguesia, autorisar o presidente a mandar cancelar um registo de epotéca que o pae d’este cidadão, Manoel José da Fonseca, tinha feito á extinta confraria da Senhora do Rosário de Veiros pela quantia de 91$75, de que era devedor á mesma confraria, visto que essa divida fora já remida pelo dito Manoel José da Fonseca em data de dois de Abril de mil novecentos e trez, como se verificou pela respectiva nota lançada no livro competente, quantia esta que entrou no cofre da Junta de Paroquia, a quem por lei fôra confiada a administração dos bens da referida extinta confraria. E por não haver mais que tratar, foi encerrada a sessão de que se lavrou esta acta que, depois de lida e aprovada, vae ser assignada pelo presidente, pelos vogaes e por mim Manoel Marques Capelleiro e Silva, secretario que a escrevi. O Presidente: Manoel Maria da Conceição Vogaes: António Joaquim Marques de Oliveira Pais “ António Caetano Valente “ Manoel José Marques O secretario: Manoel Marques Capelleiro e Silva