Freguesia de Beduído e Veiros

Acta númro 74 reunião extraordinária

Aos dezasseis dias do mês de Outubro de mil novecentos e noventa e cinco reuniram na sede desta junta o executivo da mesma, elementos da assembleia de freguesia, elementos da assembleia municipal, o executivo da câmara municipal de Estarreja, bem como estiveram presentes alguns populares. Aberta a reunião pelo vereador Teixeira da Silva, este informou que o objectivo desta reunião era o de conhecer melhor as carências desta freguesia, para uma elaboração mais justa do plano de actividades da câmara para 1996. De seguida deu a palavra ao presidente desta junta. Este começou por referir a grande necessidade do alargamento, arranjo e electrificação da estrada do molarinho (prolongamento da rua do Cruzeiro), considerando-a uma das obras mais prioritárias. A execução desta obra seria em seu entender uma forma de compensar prejuízos acumulados ao longo de anos por causa do problema com a Urbanização. De seguida falou da necessidade do arranjo e alcatroamento de todos os caminhos que servem de acessos a habitações. Solicitou a duplicação da verba destinada à limpeza de valetas (para cento e cinquenta mil escudos), atendendo a que a câmara não tem colaborado na recolha dos lixos das mesmas. Falou no alargamento e alcatroamento da travessa do Outeiro (com ligação à rua com o mesmo nome), e da rua da Mâmoa. Focou também o problema do escoamento das águas pluviais, especialmente desde o cruzeiro até à escola do Pinheiro nº1, bem como na “curva do Gervásio”. Realçou a grande necessidade de iluminação pública em diversos pontos da freguesia, nomeadamente na recta que antecede o limite desta freguesia com a do Monte (estrada 109-5), bem como na zona do Canedo, além de outras. Falou da questão dos candeeiros que esta junta solicitou, a expensas próprias, que tiveram a aprovação do executivo camarário, mas apesar do pedido e deferimento datarem de Abril, ainda não foram colocados. Solicitou a cedência de máquinas pela CM Estarreja, logicamente em épocas de vazio, para arranjo de alguns caminhos agrícolas. Resumindo, disse ser prioritário a satisfação de necessidades primárias, para posteriormente avançarmos para obras de maior envergadura. Como comentário a estes pedido, o eng. Teixeira da Silva informou que estava em estudo um projecto para o escoamento das águas pluviais, que o arranjo da rua da Mâmoa seria feito ainda este ano e sobre o alargamento da estrada do molarinho, solicitou o apoio desta junta nos contactos com os proprietários confinantes. Seguidamente falou o tesoureiro desta junta, que solicitou a elaboração de um projecto para futura construção da nova sede desta junta, e anexo à mesma um centro de dia para idosos e uma creche, no local onde se encontra a casa adquirida pela CM Estarreja, inicialmente destinada a museu das escolas. Solicitou também a ajuda da câmara para construção de um parque de merendas na zona do Senhor da Ribeira. Em resposta o eng. Teixeira da Silva informou que a junta de freguesia de Veiros já tinha recebido a verba atribuída ás freguesias para construção de novas sedes em executivos anteriores. No entanto, disse que, atendendo a que já foi aprovada a demolição da referida casa museu, convidou a junta a solicitar formalmente à câmara municipal de Estarreja a cedência desse terreno à junta de freguesia de Veiros. Usou depois da palavra o Sr. Vítor Ramos que relembrou todo o contencioso com a urbanização e pediu à câmara que assuma o seu verdadeiro papel e reponha a legalidade, em face da decisão do tribunal administrativo. Disse que as verbas atribuídas à freguesia de veiros têm pecado sempre por defeito e solicitou o aumento para o dobro da verba do F.E.F., como forma de atenuar prejuízos acumulados ao longo de anos por causa do dito diferendo. Focou também a necessidade de iluminação da estrada inter municipal. Sobre a permuta com a estrada 109-5, `junta autónoma de estradas, solicitou a necessidade de exigir alguns melhoramentos na actual 109-5, nomeadamente a colocação de esgotos e posteriormente piso betuminoso. Disse também existirem casos de exclusão social na freguesia a merecer uma atenção, que segundo ele, até hoje não tinha sido dada. Em resposta a esta ultima questão o presidente da junta disse que tal não correspondia à verdade, pois que já tinha solicitado à CM Estarreja a construção de habitações sociais em Veiros, à semelhança do que vai ser efectuado em Avança e Pardilhó, havendo inclusive oferta de terrenos para esse fim. De seguida usou da palavra o presidente da câmara que após uma introdução de carácter generalizado, disse que no que respeita à construção de habitação social, é intenção desta câmara após a conclusão das previstas para Avança e Pardilhó, avançar para outras, consoante os casos mais prementes, seguindo um estudo feito pelo departamento da qualidade de vida desta câmara. Falou também, e de forma exaustiva, da instalação da incineradora neste concelho e dos efeitos económicos daí resultantes. Elogiou o papel desempenhado pelo presidente desta junta, no seu carácter reivindicativo e persistente para ver satisfeitas as necessidades da freguesia, pedindo no entanto um pouco de paciência, pois os pedidos iriam ser atendidos na medida do possível. Falou sobre o contencioso com a urbanização, referindo que os limites geográficos são incontestáveis, realçou o esforço do presidente desta junta para de uma forma pacifica resolver o problema, e comprometeu-se a tentar compensar a freguesia de veiros pelos prejuízos resultantes da situação, não com dinheiros, mas com obras necessárias na freguesia. Usou também da palavra o Dr. Alcides, que justificou a forma como desempenhava o seu papel de vereador de um partido da oposição, como sendo uma oposição construtiva e não sistemática. Sobre o contencioso com a urbanização, convidou os responsáveis desta autarquia a tentar cativar a população da dita urbanização. Por fim usou da palavra o presidente da junta que elogiou a iniciativa da câmara, agradeceu a presença de todos e lançou o repto aos responsáveis camarários para a satisfação dos pedidos apresentados. Seguiu-se o encerramento da reunião, e eu Vítor Manuel Pereira Lacerda, secretário desta junta, redigi a respectiva acta.